segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Edentulismo

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Aspectos Conceituais e Epidemiológicos



O edentulismo é resultante de diversos e complexos determinantes, tais como: as precárias condições de vida, a baixa oferta e cobertura dos serviços, o modelo assistencial predominante de prática mutiladora aliadas às características culturais que exercem significativa influência sobre o modo como a perda dentária é assimilada.

O índice mais utilizado para estimar o edentulismo é a avaliação do uso e necessidade de próteses. As informações sobre a necessidade de prótese total são as mais relevantes para a organização de serviços odontológicos, visto que expressa a demanda para este tipo de procedimento.

Resultados de últimos levantamentos epidemiológicos nacionais indicam que a perda precoce de elementos dentais é grave e o edentulismo se constitui, no Brasil, em um persistente problema de saúde pública.
 
 
Principais Fatores de Risco


Os resultados do SB Brasil confirmaram que, em nosso país, o edentulismo é uma marca da desigualdade social, uma vez que ser morador da zona rural em municípios com menos de 10 mil habitantes, ter uma renda inferior a R$400 reais e baixa escolaridade (menos de sete anos de estudo) proporciona maior chance de ser edêntulo parcial e total.

São ainda fatores de risco ao edentulismo a falta de acesso a tratamentos básicos e especializados da cárie e da doença periodontal.
 
 
Abordagem Coletiva


Para a prevenção desse agravo em saúde bucal recomenda-se a mudança do modelo de oferta dos serviços odontológicos, buscando a incorporação e a universalização das tecnologias preventivas das principais doenças bucais (cárie e doença periodontal) que causam o edentulismo e de procedimentos reabilitadores que preservem os elementos dentais, por meio da organização de uma rede de cuidados progressivos em saúde bucal, conforme as diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal.
 
 
Organização das Ações de Vigilância à Saúde:
 
Para enfrentar a questão do edentulismo, na sua área de abrangência, os serviços de saúde bucal devem organizar e implementar:

• Estudos epidemiológicos sobre o uso e necessidades de próteses dentais com o objetivo de dimensionar a demanda e organizar a oferta de procedimentos a serem oferecidos pelos Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias (LRPD).

• Investigação de casos diagnosticados de perda precoce de elementos dentais na área de abrangência com o objetivo de identificar fatores epidemiológicos, organizacionais e sócio-culturais que possam estar contribuindo para a ocorrência deste evento e para estabelecer medidas com o objetivo de evitar novos casos.
 
 
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Abordagem Individual


Para diminuir o grande contingente de dentes perdidos por seqüelas da cárie e doença periodontal na população brasileira, faz-se necessário a organização e qualificação dos serviços odontológicos realizados na atenção básica, proporcionando:

• A incorporação e a universalização de tecnologias preventivas individuais e coletivas para as doenças bucais mais comuns.

• A universalização e acesso precoce da população da área de abrangência aos procedimentos de controle coletivo da cárie e doença periodontal, como por exemplo, Tratamento Restaurador Atraumático, tratamento clínico-restaurador básico e controle da doença periodontal.

• Oferta de procedimentos reabilitadores de baixa complexidade como os tratamentos endodônticos conservadores em dentes permanentes, com grande impacto no sentido de preservar e manter o maior número possível de elementos dentais.

• Oferta de próteses dentárias com o objetivo de construir uma política de inclusão social de adultos e idosos edêntulos, minimizando as seqüelas da prática odontológica mutiladora, de acordo com as diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal.

• Organização da rede progressiva de cuidados odontológicos, com o estabelecimento dos fluxos de referência e contra-referência para as diversas especialidades dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) com o objetivo de buscar a integralidade da atenção à saúde bucal.


Fontes:
Cadernos de Atenção Básica - nº 17 - Saúde Bucal (Ministério da Saúde)

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