terça-feira, 14 de junho de 2011

Cérebro depois dos 40

Livro de editora de Ciência do New York Times diz que o melhor cérebro da sua vida é a partir dos 40 anos




Cérebro humano


RIO - O cérebro, como alguns bons vinhos, fica melhor com o tempo. Bem diferente do corpo, cuja vitalidade começa a declinar já antes os 30 anos, a mente atinge seu ápice a partir dos 40 anos.

 E segue assim até bem depois dos 60 anos - muito além do que se imaginava. Recentes pesquisas internacionais derrubam mpletamente antigas teses arraigadas sobre a perda da capacidade cerebral e revelam que a meia idade é, de fato, a melhor idade. Pelo menos para o cérebro. 

- Há alguns declínios modestos no cérebro na meia idade, mas há grandes ganhos - afirma a jornalista Barbara Strauch, de 56 anos, editora de ciência do "New York Times", que reuniu no recém-lançado "O melhor cérebro da sua vida" (Ed. Zahar) os novos estudos sobre o assunto. - De uma forma geral, podemos dizer que, sim, como os vinhos, o cérebro melhora com o tempo. Todo mundo que já passou dos 40 anos sabe que a tendência a esquecer fatos corriqueiros do dia a dia é recorrente. Não lembrar de nomes ou de onde foram deixadas as chaves, por exemplo, é muito comum. Uma lentidão maior para aprender novas tecnologias também não é rara, bem como uma maior tendência à distração. Entretanto, segundo os novos estudos, os ganhos são bem maiores do que tais perdas.

 O cérebro se torna mais competente e talentoso com o tempo, lidando melhor com diferentes informações e emoções e, principalmente, na solução de problemas. Uma pesquisa da Universidade de Stanford, feita com 118 pilotos, com idades variando dos 40 aos 69 anos, revelou que os mais velhos foram mais eficientes que os mais novos para evitar colisões aéreas num simulador de vôo. 

Eles levaram mais tempo para aprender a operar o equipamento, mas se saíram melhor no que era, de fato, importante: evitar um acidente e manter o avião no ar. Isso ocorre porque, conforme envelhecemos, passamos a usar áreas maiores do cérebro, garantindo mais eficiência no resultado. 

- O cérebro é plástico e segue mudando, não no sentido de ficar maior, mas no de permitir maior complexidade e compreensão mais profunda das situações - sustenta Kathleen Taylor, da St. Mary's College, da Califórnia, em entrevista ao "New York Times". - Como adultos, podemos não aprender tão rápido, mas estamos programados para esse novo passo no desenvolvimento. Estudos de memorização de palavras revelaram que os jovens adultos usam apenas a parte direita do lobo frontal para resgatar as palavras.

 Os mais velhos, entretanto, usam ambos os lados. Mas não é só o aumento do uso das áreas do cérebro que explica por que o ápice da mente se dá depois dos 40. Cientistas demonstraram também que a produção de mielina (a substância que reveste os neurônios) continua a aumentar conforme avançamos na meia idade, estimulando a capacidade de processamento das células nervosas. A experiência acumulada com os anos, claro, também conta. 

- Devemos lembrar que a experiência se acumula em nossos cérebros na forma de novas conexões entre as células nervosas e as suas diferentes regiões - afirma Barbara, em entrevista por email. 

- Com o aumento das conexões, passamos a ter uma visão mais ampla, a avaliar melhor uma situação, perceber a essência de um argumento e, de fato, resolver problemas com mais facilidade.




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